Leonardo di ser Piero da Vinci nasceu em 15 de abril de 1452, na vila de Vinci, na República de Florença, um dos centros culturais mais importantes do Renascimento. Filho ilegítimo de um tabelião e de uma camponesa, Leonardo cresceu em um ambiente rural, mas desde cedo demonstrou habilidades excepcionais para o desenho e a observação da natureza. A Itália do século XV vivia um período de efervescência intelectual, artística e científica, marcado pelo mecenato de famílias ricas como os Médici, que incentivavam artistas e estudiosos.

Por volta de 1469, Leonardo mudou-se para Florença e ingressou como aprendiz no ateliê de Andrea del Verrocchio, onde aprendeu pintura, escultura, engenharia e técnicas mecânicas. Sua primeira obra reconhecida foi O Batismo de Cristo (c. 1475–1478), na qual pintou um dos anjos com realismo tão impressionante que, segundo a tradição, Verrocchio teria desistido de pintar.

Em 1482, Leonardo mudou-se para Milão, a convite de Ludovico Sforza, o 'Moro', atuando não só como pintor, mas também como engenheiro, arquiteto e cenógrafo. Foi nesse período que produziu algumas de suas obras mais célebres, como A Última Ceia (1495–1498), pintada no refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie, e seus famosos estudos anatômicos, que combinavam arte e ciência.

Após a queda dos Sforza em 1499, Leonardo trabalhou em várias cidades italianas, incluindo Veneza, Roma e novamente Florença. Em 1503, iniciou A Mona Lisa (La Gioconda), obra que se tornaria um ícone da pintura mundial devido ao seu enigmático sorriso e à técnica inovadora do sfumato.

Em 1516, aceitou o convite do rei Francisco I da França para viver no Château du Clos Lucé, em Amboise, onde recebeu apoio para continuar seus estudos e projetos. Já com problemas de saúde e paralisia parcial na mão direita, dedicou-se mais à organização de seus cadernos e desenhos do que a grandes pinturas.

Leonardo da Vinci morreu em 2 de maio de 1519, aos 67 anos, em Amboise, supostamente nos braços do rei Francisco I, segundo relatos da época. A causa provável foi um acidente vascular cerebral, embora não haja confirmação definitiva. Foi sepultado na igreja de Saint-Florentin, destruída durante a Revolução Francesa, e seus restos mortais se perderam.

Hoje, Leonardo é lembrado não apenas como pintor, mas como um verdadeiro gênio universal, cujo legado abrange arte, ciência, engenharia, anatomia e arquitetura. Sua busca incessante pelo conhecimento e sua habilidade de unir criatividade e observação o colocam entre as figuras mais extraordinárias da história.

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Referências

Musée du Louvre. “Leonardo da Vinci – Biography.” Disponível em: https://www.louvre.fr.

Kemp, Martin. Leonardo da Vinci: The Marvellous Works of Nature and Man. Oxford University Press, 2006.

Nicholl, Charles. Leonardo da Vinci: The Flights of the Mind. Penguin Books, 2004.

Pedretti, Carlo. Leonardo da Vinci. Giunti Editore, 2001.